Há 3 anos, 100% da frota de ônibus de Porto Alegre recebia o GPS e, com isso, surgia também uma nova forma de interação com o serviço de transporte coletivo da capital gaúcha. Foi através da implantação do GPS nos coletivos e do lançamento do aplicativo Cittamobi que o passageiro passou a ter uma gama de informações – literalmente na palma da mão – para planejamento dos seus deslocamentos pela cidade.

Com dados em tempo real, o app permite, entre outras facilidades, conferir quais linhas passam em cada ponto e quando o ônibus chegará à parada. “A ferramenta passou a dar mais segurança ao passageiro que pode ir para a parada sabendo a previsão de chegada do seu ônibus, sem a necessidade de uma espera maior e com uma melhor gestão do seu tempo”, explica a presidente da Associação dos Transportadores de Passageiros (ATP), Tula Vardaramatos. A presidente enfatiza também que o GPS está vinculado à bilhetagem eletrônica dos coletivos, sistema implantado e mantido há 15 anos pelas empresas de ônibus. “É em função da bilhetagem eletrônica e do investimento realizado nela que conseguimos avançar em tecnologia e no chamado “Sistema Inteligente de Transporte”, onde tudo está integrado e correlacionado, equipamentos, softwares e infraestrutura das garagens.”

Conforme relata o coordenador do projeto GPS, Guilherme Rocha Bittencourt, foi um longo caminho até chegar ao lançamento da nova funcionalidade. Além da implantação técnica nos mais de 1,6 mil ônibus na época, inclusive com renovação de todos os validadores (equipamento que lê o cartão TRI), era preciso abastecer o sistema com as informações do serviço. Para isso foi montado um grupo com ATP, EPTC, consórcios e Carris, para um mapeamento de toda a cidade, suas paradas, linhas e horários. “Um trabalho minucioso e demorado, mas necessário para que o projeto se concretizasse”, recorda.

O grupo também era responsável e é até hoje pela adequação da ferramenta, identificando possíveis falhas e fazendo correções ou melhorias. Foi preciso ainda montar uma equipe, que atua em três turnos, nos Centros de Controle Operacionais (CCO), transmitindo informações diárias para o app sobre eventuais mudanças de itinerário ou outras demandas rotineiras que precisam ser registradas na ferramenta para que ela funcione com eficiência. “Quando se vê o aplicativo pronto e funcionando, não se tem ideia dos bastidores, de quantos meses de estudo e trabalho, de quantas pessoas foram envolvidas e se dedicaram ao projeto. Um trabalho que se mantém até hoje para a ferramenta continuar plenamente ativa e funcional”, revela Bittencourt.

Desde o lançamento do app Cittamobi, disponível para IOS e Android, foram mais de 665 mil downloads e 50 milhões de acessos. Através do app do cartão TRI também é possível acessar a funcionalidade. Basta selecionar “GPS” para ser direcionado ao Cittamobi. Além da previsão de chegada do ônibus, dá para saber se o veículo é climatizado e tem acesso para pessoas com deficiência. Ao tocar no mapa, ele já indica onde o usuário está e mostra quais linhas passam naquele ponto. Marcando a linha desejada, é possível também programar a viagem para que o próprio app avise em que parada o passageiro tem que descer. Outra alternativa que o usuário tem, ao utilizar a opção “traçar rota”, é colocar o ponto de origem e o de destino para obter o melhor percurso, visualizando, inclusive, a distância que precisará percorrer a pé.

Em relação ao diferencial do aplicativo, comparado a outros com objetivo similar, Bittencourt explica que a vantagem é que ele está vinculado ao GPS dentro dos ônibus. Há outros aplicativos no mercado que dão a previsão de chegada do ônibus, porém baseada em tabelas horárias fixas. O Cittamobi, por receber dados em tempo real, consegue fornecer uma informação mais atualizada e precisa, já que é possível fazer alterações na previsão de horários em caso de congestionamentos no trânsito, acidentes ou de mudanças ocasionais de itinerário.

“Mesmo diante das dificuldades, as empresas não deixaram de investir em tecnologia. Desde 2017, foram diversos projetos implantados para qualificação do serviço. Além do GPS, tivemos a implantação do reconhecimento facial, do monitoramento por câmeras, do aplicativo do cartão TRI e da recarga expressa. Queremos sempre evoluir”, conclui Tula.

Fonte: ATP

Foto: Dijair Brilhantes