Diante da necessidade de adaptação frente à pandemia e já pensando na futura retomada integral do serviço de transporte coletivo, as empresas de ônibus de Porto Alegre implantaram uma nova solução para reconhecimento facial do passageiro mesmo com máscara. “Como a máscara é e deverá continuar sendo item obrigatório no nosso cotidiano, entendemos que é importante estarmos preparados para essa nova realidade”, define a presidente da Associação dos Transportadores de Passageiros de Porto Alegre (ATP), Tula Vardaramatos.

Para o secretário extraordinário de Mobilidade Urbana, Rodrigo Tortoriello, a inovação é essencial neste momento. “É de extrema importância que a tecnologia presente nos ônibus de Porto Alegre siga as necessidades atuais. Nesse momento atípico, que tornamos obrigatório o uso de máscara, é essencial que a leitura biométrica consiga identificar usuários para evitar bloqueios indevidos.”

A biometria facial é uma tecnologia que compara a foto do cadastro do usuário com a foto tirada no momento em que ele passa a roleta, assegurando que o uso seja feito de fato pelo titular do cartão. A ferramenta é utilizada exclusivamente para passageiros isentos ou estudantes, que têm 50% de desconto na passagem, garantindo assim mais segurança no uso dos benefícios.

Em Porto Alegre, a implantação da biometria facial iniciou em 2017. “De lá pra cá, a tecnologia tem nos auxiliado em garantir o uso por quem tem realmente direito, pois a utilização irregular de benefícios, como a isenção, acarreta em ônus para todos os passageiros, fazendo com que a tarifa fique mais alta”, explica o engenheiro de transporte da ATP, Antônio Augusto Lovatto.

Em função da obrigatoriedade da máscara, os parâmetros de avaliação, pelo sistema de reconhecimento facial, precisaram ser alterados, exigindo uma adaptação dos algoritmos que fazem a comparação da foto do cadastro – sem a máscara – com a foto do momento em que o passageiro acessa o ônibus – com a máscara. “Solicitamos uma solução para a Prodata, empresa responsável pela tecnologia da bilhetagem eletrônica, e eles aliaram, então, esse novo recurso, chamado motor biométrico, à biometria facial existente. Em uma análise preliminar, verificamos que os resultados têm sido positivos e que houve uma melhora na taxa de precisão de cada avaliação, semelhante a que tínhamos antes da pandemia, quando não ocorria o uso de máscara” esclarece Lovatto.

O investimento em novas tecnologias tem sido a aposta das empresas de ônibus nos últimos anos. Além da implantação da biometria facial em 2017, foi lançado, em 2018, o aplicativo do cartão TRI, com possibilidade de compra via cartão de crédito. Em 2019 foi aplicado, em 100% da frota, o sistema de GPS e o monitoramento por câmeras. Neste ano foi lançada ainda a recarga expressa com a disponibilização dos créditos em até 30 minutos.

Biometria facial foi lançada nos ônibus da capital em 2017

Crédito Foto: Leonel Tedesco

Fonte: ATP