O Sindicato das Empresas de Ônibus de Porto Alegre (Seopa) protocolou, na tarde desta quinta-feira (24), o pedido de revisão tarifária do serviço que, conforme cálculos da entidade, aponta para um valor de R$ 4,7821. A solicitação foi feita hoje para que o reajuste da tarifa possa ocorrer no prazo previsto pela Lei Municipal n° 8.023/97, a qual o vincula à data base de atualização salarial dos rodoviários, 1° de fevereiro.
No acordo assinado entre os sindicatos patronal e dos trabalhadores, ficou definido o acréscimo de 3,40% nos salários. Já o vale-alimentação recebeu aumento de 6,80%, passando de R$ 25,75 para R$ 27,50, o que agrega ganho real de aproximadamente 3,40% em relação ao INPC. Quanto ao subsídio ofertado pelas empresas ao plano de saúde dos rodoviários, a correção ficou em 6,50%.
Além do custo com mão de obra, o Seopa registra, no pedido de revisão, a quantidade de isenções suportadas pelo passageiro que paga passagem. De acordo com o documento, o número de usuários isentos da tarifa alcança os 31%, o que significa dizer que 2/3 dos passageiros arcam com todo o custo do sistema.
Para o diretor executivo da Associação dos Transportadores de Passageiros de Porto Alegre (ATP), Gustavo Simionovschi, esse é um dos fatores que torna a tarifa mais alta: “Todo o custo do serviço é dividido entre quem paga passagem. Com menos pessoas para dividir essa conta, ela fica maior. Para não onerar os usuários, uma alternativa seria a busca de outras fontes de receita que subsidiassem essas gratuidades”.
Simionovschi lembra ainda a queda recorrente no número de passageiros. Como exemplo, cita que o edital de licitação do serviço previa uma média mensal de 17,8 milhões de usuários pagantes, enquanto o que foi transportado, de fato, em 2018, foram 14,1 milhões. Em função da perda de receita, as concessionárias acumulam um déficit de mais de R$ 137 milhões desde fevereiro de 2016, quando iniciou a nova operação do transporte coletivo pós-licitação. “Embora haja dificuldade financeira, as empresas de ônibus estão se empenhando para acrescentar inovação e qualificação ao sistema. No final do ano passado, por exemplo, foi lançado o aplicativo do cartão TRI, que permite comprar a passagem com cartão de crédito, ver saldo e últimos usos”, destaca o diretor.
Conforme Simionovschi, também fazem parte do cronograma de implantação de tecnologias, a renovação de 100% dos validadores do ônibus – atualmente há 850 novos equipamentos instalados; a expansão do projeto de reconhecimento facial, iniciado no final de 2017 e que está hoje em 850 coletivos; a inserção do Circuito Fechado de Televisão (CFTV), que possibilita o monitoramento através de câmeras e traz, entre outros benefícios, maior segurança ao usuário do serviço; e a instalação de sistema para rastreamento por GPS, que já está com um plano piloto em desenvolvimento.

Fonte: ATP