Dados de diagnosticados com a covid-19 revelam que a diferença é, em média, de 35%.

A contaminação por coronavírus entre os funcionários das empresas privadas de transporte coletivo por ônibus é em média 35% inferior aos números da população em geral de Porto Alegre. O dado é baseado em levantamento dos meses de agosto, setembro e outubro. Neste período, as empresas contabilizaram a quantidade de colaboradores diagnosticada com a doença e os números de contaminados da população porto-alegrense conforme dados divulgados pelo governo do estado.

Para o engenheiro de transporte da Associação dos Transportadores de Passageiros de Porto Alegre  (ATP), Antônio Augusto Lovatto, o balanço revela que estava equivocada a crença do início da pandemia de que o transporte coletivo seria um ambiente com alto risco de contaminação. “Se fôssemos o vetor da transmissão, o índice de contaminados entre os nossos funcionários seria alto e estaria maior que o da população em geral da cidade. Felizmente isso não se confirmou”, destaca. 

Entre os motivos, acredita Lovatto, além das medidas de prevenção adotadas pelas empresas de ônibus – como a intensificação na higienização dos coletivos, a disponibilização de álcool gel e o uso de máscara – estão as próprias características do serviço.  “O comportamento de quem utiliza transporte coletivo é extremamente passivo, pois quase não há fala ou cumprimentos. A ventilação do ambiente e o baixo tempo de exposição também estão entre fatores importantes para a baixa transmissibilidade, conforme diversos estudos e pesquisas no mundo têm apontado”, detalha.

Em agosto deste ano, as empresas privadas de ônibus divulgaram que 0,8% dos funcionários tinham sido diagnosticados com a Covid-19, ante 1,3% da população em geral de Porto Alegre. Em setembro, o número de colaboradores com a doença ficou em 1,3%, enquanto o índice de contaminação entre os porto-alegrenses ficou em 1,9%. Em outubro, o índice dos funcionários foi para 1,6% e o da população para 2,4%. De acordo com a ATP, todos os colaboradores ativos diagnosticados com a doença estão se recuperando bem.

Fonte: ATP