Queda foi verificada na comparação entre janeiro de 2016, antes da criação da força-tarefa contra este tipo de crime, com o mesmo mês deste ano.
As prisões são apontadas como consequências da criação da força-tarefa contra roubos ao transporte coletivo, criada pela Polícia Civil gaúcha em 2016 e transformada na Delegacia de Polícia de Repressão a Roubos em Transporte Coletivo (DRTC) em março passado.
Desde que essas medidas foram adotadas, os números de ataques a ônibus e lotações em Porto Alegre caíram consideravelmente. Em janeiro deste ano, na comparação com o mesmo mês de 2016, a queda foi de 81%: 79 ocorrências contra 264. No mesmo período, 272 pessoas foram presas por este tipo de crime.
– O trabalho foi iniciado na força-tarefa com os delegados Alencar Carraro e Carlos Wendt. Antes, os números eram muito altos – explica o titular da DRTC, Daniel Mendelski.
De acordo com o delegado, antes da criação da força-tarefa, as ocorrências eram registradas em diferentes delegacias, de acordo com a região em que havia ocorrido o assalto.
– Naquela época (2015 e início de 2016) tinha uma verdadeira febre de roubos em ônibus. E os assaltantes costumam migrar. Então, delegacias diferentes investigavam assaltos cometidos por ele e nem todos os inquéritos chegavam à Justiça. Com isso, muitos acabavam respondendo por um único assalto e, se eram primários, acabavam soltos ou, se condenados, recebendo penas leves – explica.
A partir da força-tarefa, de acordo com Mendelski, a centralização das ocorrências num único lugar fez com que os criminosos fossem reconhecidos como autores de vários crimes, o que tornou suas prisões mais consistentes.
– Se não tinha antecedentes, dificilmente ia preso. Se fosse condenado, a pena seria baixa. Agora, com imagens de câmeras de ônibus, são identificados pela participação em outros assaltos, e as vítimas, chamadas, os reconhecem. Então, os pedidos de prisão são embasados em vários casos – explica o delegado.
Mendelski destaca ainda que a integração da Polícia Civil com a Brigada Militar, a Associação dos Transportadores de Passageiros (ATP), a Associação dos Transportadores de Passageiros por Lotação (ATL) e o Sindicado dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Coletivos Urbanos de Passageiros de Porto Alegre (Sindicato dos Rodoviários) foi fundamental para os resultados positivos.